10.12.19

Nióbio na produção de energia limpa

Divulgação Reprodução

Você já ouviu falar em NIÓBIO? 

O nióbio é o elemento metálico nº 41 na tabela periódica de mais baixa concentração na crosta terrestre. É utilizado na composição de ligas metálicas, principalmente de aço de alta resistência. Resistente às altas temperaturas e à corrosão, esse elemento químico tem amplas aplicações tecnológicas, que vai de telefones celulares a turbinas de aviões, até a propulsão de foguetes.O metal também é usado em máquinas de raios-x, na construção civil, em baterias de automóveis e em vidros inteligentes, que mudam de cor para controlar a passagem de luz.

O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio, concentrando aproximadamente 98% das reservas ativas do planeta. Entretanto, a sua exploração tem um custo elevado. Diferente de outros elementos químicos, depois de extraído, o nióbio misturado a outro elemento é separado, para então, ser comercializado. Todavia, praticamente toda a produção brasileira é destinada à exportação, na forma de commodity.

A mais recente pesquisa brasileira com nióbio envolve uma produção de energia mais limpa, com objetivo de reduzir o uso de combustíveis fósseis poluentes que causam a degradação da camada de ozônio. O estudo foi realizado pela Universidade Federal do ABC (UFABC), que uniu o nióbio ao glicerol em uma solução tecnológica promitente: a produção de células a combustível, substituindo pilhas e baterias.

“Em princípio, a célula funcionará como uma pilha, alimentada por glicerol (que o Brasil também dispõe em grande quantidade, mas pouco utiliza), para recarregar pequenos dispositivos eletrônicos, como telefones celulares ou laptops, podendo ser usada em regiões onde não há linha de transmissão elétrica. Depois, a tecnologia poderá ser adaptada para fornecer energia elétrica a automóveis e até a pequenas residências. Não há limites para aplicações no longo prazo”, disse o químico Felipe de Moura Souza, primeiro autor do artigo. 

Do ponto de vista ambiental, a célula a combustível alimentada por glicerol é considerada uma solução promissora na substituição de motores a combustão baseados em combustíveis fósseis.